Analisando a obra “O mito da caverna” do filósofo Platão, podemos chegar à conclusão que existem dois mundos. Um mundo dito sensível, que é marcado por sobras, que os acorrentados ainda que muitas vezes por comodismo, aceitam como verdade... e o mundo inteligível, ou seja, a realidade de fato que só se pode ver com o conhecimento adquirido através da evolução, do ir em busca do saber.
Observando estes aspectos partimos para a realidade do século XXI. Com advento da internet, da comunicação instantânea e mundial, cresce a cada dia o número de sub-mundos virtuais. Uma vez que ‘sub-mundo’ designa um outro mundo dentro do que vivemos, o chamado Mundo Real, cada vez mais pessoas aderem a estes locais onde podem criar as condições e características pessoas que mais lhes agrada, ou que têm por fundamental e dessa forma viver através da tela de um computador.
Se olharmos a vida virtual, ela apresenta uma dualidade. Ora ela tende para o mundo sensível, ora para o inteligível. Especulado sobre a ótica sensível, muitos usuários da rede mundial de computadores, aceitam as informações que lhes são dadas prontas, daí, cresce desenfreadamente por exemplo, o número de crimes cibernéticos, usuários que não estão preocupados com a’ inteligividade’ do mundo virtual e acabam caindo nos fossos da ignorância, sendo enganados por pessoas que utilizam dos seus sub-mundos para tirar proveito, muitas vezes financeiro. Se formos olhar pela face inteligível da rede, pessoas utilizam os conhecimentos compartilhados e específicos para assim, adquirirem sabedoria, entender, e expressar suas opiniões sobe os mais diversos âmagos que a sociedade apresenta, um lado racional dos sub-mundos que podem ser diretamente aplicado a rede.
"Aquele que vive o tempo todo na escuridão, não saberá o que é a luz" (desconhecido)
Observando a ótica do estar na escuridão (ignorância) e caminhar em busca da luz (conhecimento), deveríamos estar todos nós seres humanos. Partindo do ponto da não estagnação, estão os seres que mesmo vagarosamente vão se esforçando para entender e saber dosar os caminhos das vida virtual, usando a rede conscientemente e seguindo a risca o ideal de mundo inteligível, contrapondo-se a isso, estão todos aqueles que ainda insistem na não aceitação de tal sub-mundo, ou na má utilização do mesmo para fins fora do abrigo da lei os abrigados da sensibilidade virtual.
Dualidade é inerente do ser humano. Pertencer ao mundo sensível ou inteligível, e viver em um mundo real ou virtual, faz parte do tão falado livre arbítrio que segundo algumas religiões, nos foi dado. Escolher a qual mundo pertencer é de sua livre escolha, por hora, deixo-te a minha versão dos fatos e a minha opção de seguir incessantemente no mundo inteligível e no uso consciente do meu mundo virtual.
(Obs: A música que escolho para ilustrar esta postagem é: Pink Floyd – Another brick in the wall . Essa música que retrata tão bem o processo educacional sendo manipulado, e se olhada por um outro ângulo pode fazer alusão a metáfora Platônica quando diz: “…Não mais que um outro tijolo no muro…” Ou seja, se não buscarmos o conhecimento, se não buscarmos abrigo no mundo inteligível, seremos só mais um, só mais um outro tijolo no muro, meras marionetes nas mãos de um ventríloquo.)
Texto e Fotografia: Matheus Rocha